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Pouco mais de um mês depois (já haviam marcado presença na sessão de 25 de março), os vereadores de Várzea Paulista tornaram a adiar a pauta do trabalho para receber centenas de pessoas sem teto. Na sessão ordinária desta terça (29), cerca de 150 pessoas chegaram ao prédio do Legislativo por volta das 20h30, no momento em que os vereadores começavam a apreciar a ordem do dia. Os projetos foram adiados em consenso, para que os sem teto pudessem ser atendidos.

Com faixas e gritos de protesto, os sem teto foram representados pelo ex-vereador Sulinar José de Oliveira, que foi à Tribuna para relatar os problemas.

Sulinar contou que o grupo ficou assentado em uma área do Jardim Paulista por 63 dias – até a retirada, realizada na manhã da própria terça-feira, numa ação conjunta entre Polícia Militar, Guarda Municipal, oficiais de Justiça e secretarias municipais.

Em nome do grupo, ele reiterou o pedido de apoio dos vereadores à causa, afirmou que a Prefeitura “não ofereceu nada de concreto” e disse que a situação chegou a esse ponto porque os secretários que participaram das reuniões jamais chegaram a um consenso. “O que um prometia, o outro negava no dia seguinte”, chegou a comentar. “Os secretários estão atrapalhando o Juvenal”, disparou, se referindo à falta de qualquer entendimento com o prefeito varzino.

O líder dos sem teto afirmou que algumas propostas (todas rejeitadas pelo grupo) foram feitas pela Prefeitura: pagamento de auxílio-aluguel (de R$ 327 mensais), bem como a ‘oferta’ de um ginásio aberto para abrigar as famílias, enquanto a situação não se resolve.

Os vereadores Luciano Marques e Professor Demércio (PT) fizeram alguns questionamentos a Sulinar. Demércio sugeriu que um Requerimento solicitando explicações seja encaminhado ao Executivo. Silso das Neves (PRB) opinou que as pessoas devem se dirigir ao CRAS para fazer o cadastro – foi interrompido por Sulinar, que discordou: “Por tudo o que estamos passando, o CRAS não tem credibilidade”, afirmou. Por sua vez, o Professor Claudemir (PRP) também opinou: “Este é um problema que foi se avolumando ao longo dos últimos 30 anos. São três décadas em que ninguém jamais construiu uma casa popular”.

Por fim, o presidente da Casa, Ivan Luis Sada (PPS), concordou com a proposta de enviar um Requerimento de Informações ao Executivo. “Assim que tivermos todas as respostas, vocês voltarão aqui e tentaremos ver no que é possível avançar”, disse Ivan.

CMVP