Para aumentar isolamento, Governo de SP quer antecipar feriado de 9 de julho para próxima segunda-feira
May 19, 2020 | 6O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), encaminhou nesta segunda-feira (18), para a Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a proposta de antecipar o feriado estadual de 9 de julho para o dia 25, segunda-feira. A medida, caso aprovada pelos deputados estaduais, valerá para todo o estado de São Paulo.
O objetivo do governador é aumentar a taxa de isolamento no estado, que tem ficado abaixo das expectativas, só aumentando nos feriados e finais de semana. Ontem (17), a taxa de isolamento foi de 54%, abaixo do mínimo considerado necessário de 55% para diminuir a propagação do novo coronavírus (covid-19) e evitar um colapso no sistema de saúde.
“A expectativa é de que o projeto possa ser analisado em regime de urgência e possa ter a aprovação majoritária dos deputados da Assembleia Legislativa do estado de São Paulo”, disse Doria.
A ideia é se unir aos adiantamentos de recessos que o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), fez na capital, colocando os dias 20 e 21 de maio (quarta e quinta-feira), criando um "super feriado" para reduzir movimentações na cidade e tentar reduzir os índices de infecção do coronavírus.
Cloroquina
O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, Dimas Covas, alertou hoje (18) que a cloroquina é um medicamento com muitas contra-indicações e que só deve ser receitado em alguns casos, sob prescrição médica e autorização do paciente.
“Hoje já tem quantidade importante de estudos publicados, em revistas conceituadas, que mostram claramente que a cloroquina não é uma bala de prata. Ela pode ser útil em situações muito específicas, mas não tem efeito generalizado. Mas ela tem riscos que precisam ser informados ao paciente”, disse.
Segundo o governador de São Paulo, João Doria, caso o protocolo para uso da cloroquina sofra alterações, sendo autorizada também para casos leves do novo coronavírus, São Paulo pode não adotar a medida. “Não se prescreve receita [médica] por decreto. Portanto, São Paulo não vai aceitar que, por decreto, se estabeleça receituário médico”.
Demandas
João Doria reclamou do atraso na liberação de equipamentos de proteção individual (EPIs), respiradores e habilitação de leitos pelo Ministério da Saúde. Segundo ele, metade dos leitos já foi habilitado pelo Ministério da Saúde, mas ainda há 1,2 mil leitos aguardando para serem habilitados. “Dos EPIs, não recebemos nada do Ministério da Saúde, e também dos 200 respiradores que pedimos, não recebemos nenhum. Isso nos surpreende”, disse Doria.
*Com informações da Agência Brasil - Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil
